quarta-feira, 4 de março de 2009

Britânia fecha fábrica na Bahia


No dia 26 de fevereiro, os trabalhadores da Britânia receberam a notícia do fechamento da fábrica de Camaçari (BA). A unidade produzia ventiladores, ferros elétricos, batedeiras, liquidificadores e espremedores de fruta. Ficaram desempregados 370 operários.

O que mais espanta no fechamento da Britânia é que essa empresa terminou o ano a todo vapor e voltou em ritmo normal. No dia 10 de fevereiro, os trabalhadores entraram em férias coletivas, com o retorno previsto para a próxima segunda-feira, dia 2 de março.

A Britânia disse que o fechamento da empresa se deu porque não está fazendo tanto calor no sudeste e que no nordeste não se usa espremedor por causa do alto consumo de polpa de fruta. Uma piada. Em nota oficial a empresa anunciou a transferência para Santa Catarina.

O fechamento da Britânia é prova de que a crise econômica já se espalhou por todo país. Na Bahia, já são quase 2 mil trabalhadores do ramo metalúrgico demitidos nos últimos três meses. No setor de borracha, as demissões estão correndo soltas. A Pirelli, só nos dois primeiros meses do ano, demitiu mais de cem trabalhadores.

A empresa recebia uma série de isenções fiscais, como IPTU e ISS. Além disso, recebeu uma área de 50 mil metros quadrados para funcionamento da empresa.

Sindicato não aposta na mobilização para barrar demissões
Desde que a crise se intensificou, o Movimento Operário Metalúrgico (MOM), oposição ao sindicato e ligado à Conlutas, vem chamando a atenção da direção do sindicato para necessidade da mobilização para barrar as demissões. Entretanto, a direção, ligada ao PCdoB/CTB dizia para os trabalhadores que a crise não chegaria ao país.

Cipriano Souza, de Camaçari (BA)

O MOM-Conlutas a todo momento falava que a crise era grave e que as férias coletivas já eram um sinal de que as demissões viriam.

Prefeitura e governo do Estado devem assumir culpa pelas demissões
Passadas 48 horas do fechamento de uma fábrica na Bahia, o governador do Estado, Jaques Wagner (PT), ainda não se pronunciou. A prefeitura de Camaçari, por sua vez, só está preocupada em reaver o terreno doado para Britânia e fala em relocalizar os demitidos em fábricas que ainda não estão nem prontas. Um verdadeiro absurdo.

Ao contrário dessa postura, os governantes do PT deveriam estar discutindo a estatização da empresa sob o controle dos operários, que é a única medida para salvar os empregos dos trabalhadores.

Um chamado ao sindicato
Só as mobilizações dos trabalhadores podem barrar as demissões. Achamos que a direção do sindicato deve organizar os trabalhadores da Britânia e demais metalúrgicos para lutarem pelos empregos. Além disso, precisamos urgentemente construir um comitê em defesa da estabilidade do emprego e contra a redução de salários e direitos em Camaçari.

No dia 2 de março, a empresa vai entregar as cartas de demissões. Achamos que essa é uma boa oportunidade para o sindicato começar a apostar no poder de mobilização dos operários e exigir dos governantes a estatização da Britânia sob o controle dos trabalhadores.

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