quarta-feira, 4 de março de 2009

Sindicatos de Limeira lançam manifesto contra a redução de salários e direitos

No dia 17 de fevereiro, 12 sindicatos de Limeira estiveram reunidos e aprovaram um texto para resistir aos ataques oportunistas dos patrões. A luta contra qualquer acordo com redução de salário e flexibilização cresce em todo país.
No encontro foi criado o Comitê Sindical Contra a Crise. A idéia é fazer do Comitê um espaço de debates sobre a crise para esclarecer a população e para organizar os trabalhadores em frentes de luta para resistir aos ataques dos patrões.

Abaixo segue o manifesto dos sindicatos contra a ivestida dos patrões:


1. Considerando que a atual crise financeira não foi gerada pelos trabalhadores, mas sim pelos especuladores;

2. Considerando que no Brasil o empresariado em momentos de crises do próprio capitalismo, sempre usou das demissões e cortes de benefícios para manter seus lucros;

3. Considerando que a maioria das empresas nos últimos anos, teve lucros exorbitantes, outros segmentos da indústria continuam crescendo, mesmo com a atual crise financeira mundial e ainda assim, estão pressionando os governos para obterem facilidades e benefícios;

4. Considerando que muitas empresas estão demitindo, outras ameaçando demitir, mesmo com acordos de flexibilização, ainda aquelas que querem reduzir jornada com redução salarial ou até excluir benefícios, como assistência médica entre outros, criando na sociedade brasileira um verdadeiro clima de pânico, desconforto e insegurança, pois é ela que no final sempre arca com os custos de todas as crises geradas pelo capitalismo.

5. Considerando que, com argumentos de que a crise econômica atingiu seus negócios, empresários estão modificando horários de trabalho, com o claro propósito de “flexibilizar” a legislação trabalhista, fato que, se acontecer estará aumentando o abismo existente entre a maioria dos mais pobres e a minoria dos mais ricos deste país.

6. Considerando que, se alguma empresa, em face da crise econômica, se encontrar impossibilitada de cumprir com suas obrigações trabalhistas deve se submeter à justiça do trabalho e lá comprovar a sua situação;

7. Considerando que o salário do trabalhador brasileiro é um dos mais baixos do mundo, uma vez que, segundo o Dieese ( Departamento de Estatísticas e Estudos Socieconômicos) o salário mínimo para sobrevivência no Brasil, em janeiro/2009 seria de R$ 2.077,00.

8. Entendemos que demitir e flexibilizar direitos causará a redução do poder aquisitivo da classe trabalhadora e esta não é a solução para a crise, ao contrário, demissão e flexibilização só agravarão o problema, pois a economia ficará estancada. O caminho para enfrentarmos a crise passa pelo aquecimento do mercado interno, com a manutenção dos empregos e dos salários, assegurando-se assim, o poder de compra do trabalhador. Esta é a engrenagem que move a economia.

Neste sentido, os dirigentes sindicais de Limeira que assinam o presente manifesto, posicionam-se contra as demissões, as reduções salariais, a flexibilização de qualquer direito trabalhista e outras atitudes patronais que visem reduzir conquistas dos trabalhadores, como justificativa de solução para a crise econômica global.

Para lutar contra a crise, propomos:

1. Resistir a qualquer tentativa de golpe que pretenda reduzir, excluir ou flexibilizar direitos trabalhistas, pois as empresas que receberam benefícios e facilidades do governo e obtiveram altos lucros nos últimos anos têm obrigação de manter os empregos e os salários de seus trabalhadores.

2. Redução da jornada sem redução de salário;

3. Estabilidade no emprego;

4. Utilização do dinheiro público para socorrer os trabalhadores e não banqueiros e especuladores;

5. Criação do Comitê Sindical Contra a Crise.

Os/as sindicalistas de Limeira que assinam este manifesto, sempre estarão abertos às negociações, desde que o assunto em pauta não seja em detrimento da sobrevivência do trabalhador e da sua família que depende do seu salário.

A classe trabalhadora não pode pagar, mais uma vez, o custo da crise que ela não causou.

SINDICATOS

APEOESP

Sindicato dos Trabalhadores Vestuários

Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação

Sindicato dos Trabalhadores Bancários

Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares e Restaurantes

Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos

Sindicato dos Trabalhadores Químicos

Sindicato dos Trabalhadores Vigilantes

Sindicato dos Servidores Públicos

Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano

Sindicato dos Professores

Sindicato das Domésticas




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